O contrato milionário entre a Prefeitura de Mossoró e a empresa Castro e Rocha LTDA para execução da decoração natalina voltou a ser o principal assunto da sessão ordinária da Câmara Municipal de terça-feira (09). De posso de milhares de folhas enviadas pelo Palácio da Resistência e com diversas amostras de alguns materiais utilizados na decoração natalina, o vereador Cabo Deyvison voltou a criticar a falta de transparência da gestão do prefeito Allyson Bezerra. “A gestão imprimiu uma licitação 100% digital pra tentar impressionar a população. Acham que o povo é bobo. Precisa apresentar os documentos certos. Transparência não é jogar um monte de papel em cima da mesa.”, criticou.
Líder da oposição, o parlamentar tem sido alvo de campanha que o coloca como contra o projeto Estação Natal, do que ele se defende. “Não queremos acabar com o Natal, queremos acabar com a safadeza.”, afirmou Cabo Deyvison, se referindo ao contrato.
O vereador ainda chamou a atenção para alguns valores envolvidos no contrato que já passa dos R$ 3 milhões, elencando como exemplos gastos da ordem de R$ 539 mil em diárias, R$ 200 mil com o túnel reaproveitado, R$ 120 mil em tapetes, R$ 95 mil com grama sintética, R$ 200 mil com enfeites de postes e R$ 225 mil com festão natalino. “O serviço foi executado em 20 dias, contando com funcionários e equipamentos da prefeitura, inclusive muck.”, denunciou Cabo Deyvison, mostrando fotos que comprovariam suas afirmações.
A entrega de milhares de folhas “como prova de transparência” da gestão Allyson também foi alvo de críticas do vereador Jailson Nogueira. “Fizeram uma procissão da Prefeitura até a Câmara, sob escolta, para deixar papéis. E olhe que o prefeito (Allyson) disse que estava tudo digitalizado.”, alfinetou.
A gestão Allyson já pagou R$ 1.312.915,69 à Castro e Rocha LTDA, de um total empenhado no valor de R$ 3.002.157,00. Cabo Deyvison disse anteriormente que “fede nas narinas”, ao elencar o histórico de envolvimento em processos em andamento por corrupção de um dos sócios da Castro e Rocha LTDA, Allan Emmanuel Ferreira da Rocha, que chegou a ser preso preventivamente em 2017 na operação Cidade Luz, que apurou desvio de recursos da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) da Prefeitura do Natal, e também é alvo de uma ação penal por corrupção passiva envolvendo contratos com a Prefeitura de Caicó.
Ao entregar os papéis na Câmara, a Prefeitura de Mossoró disse, em nota, “que Todo o procedimento segue rigorosamente a Lei nº 14.133/2021, que determina que as atividades de licitação devem ser conduzidas por servidores efetivos.”
FONTE/CRÉDITOS: Magnos Alves
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